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GT 01 - Gênero, feminismo e agência política
Coordenação:
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Maria da Luz Alves Ferreira (doutora em Sociologia e Política pela UFMG; professora da Unimontes)
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Werley Pereira de Oliveira (doutorando em Desenvolvimento Social pelo PPGDS/Unimontes)
Resumo:
Retomar a democracia, após o colapso e os graves retrocessos sofridos no Brasil desde 2016, com a retirada da Presidenta da República, por meio de golpe parlamentar, é um desafio que implica reflexões sobre relatos de experiências, ativismos e pesquisas acadêmicas em que o levantamento de problemas abordem a política contemporânea pelo recorte de classe, gênero/sexualidade, raça, deficiência e outros marcadores de desigualdades sociais para articulação de ações que potencializam e valorizam as mulheres e suas lutas. Neste sentido, o GT busca debater trabalhos, teóricos ou empíricos, acerca das práticas cotidianas femininas, denunciando a opressão de mulheres, visibilizando o ativismo feminista e destacando a contradição entre o ideário de igualdade para todo cidadão e cidadã, de um lado, e, do outro, formas de organização social marcadas por profundas desigualdades e sub-representação política de coletivos sociais. Importa refletir sobre o atual estágio do capitalismo, a relação entre Estado e sociedade civil, expressando os desafios para justificação da democracia em face de luta entre projetos sociais antagônicos. Interessa nas contribuições de pautas sobre diferenças entre mulheres que atravessam contextos e crivos de raça, sexualidade, classe social, deficiência e diferenças culturais que engendram relações de poder nos processos de resistência com atitudes e teorias anticapitalistas. Com isso, não perder o caminho de construção democrática – sem ingenuidade quanto à estas relações de poder e as hierarquias corporais – para ressignificar, descolonizar e desnaturalizar os marcadores sociais de desigualdade no anseio de estabelecer coalizões a um novo comum.
GT 02 - Conflito fundiário e ambiental
Coordenação:
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Bruna Monique Machado Simões (doutoranda em Desenvolvimento Social pelo PPGDS/Unimontes)
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Éder Luiz Araújo Silva(mestre em Desenvolvimento, Tecnologias e Sociedade pela Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI)
Resumo:
Neste Grupo de Trabalho (GT) pretende-se debater numa perspectiva decolonial/contra-colonialista do saber/poder sobre o papel do Estado, da re-existência das comunidades atingidas diante dos conflitos fundiários urbanos/rurais e ambientais ocasionados pela construção/operação de grandes empreendimentos (atividades minerárias, hidrelétricas e etc.) que dentre seus diversos impactos, tem-se a remoção forçada/reassentamento involuntário de diversas comunidades de seus territórios e territorialidades em função do “desenvolvimento” econômico nacional. As pessoas que permanecem nos territórios vivenciando a dinâmica dos conflitos experimentam os impactos socioambientais de diversas formas tendo suas formas de viver e se relacionar violadas pela dificuldade de acessar recursos naturais e direitos humanos. Compreender o papel das instituições e comunidades envolvidas nos conflitos possibilita refletir sobre formas de resistência das comunidades e a necessidade de repensar a instalação de grandes empreendimentos nos moldes atuais, sendo emergente outras formas de relação com os ecossistemas pautados por valores outros que não somente econômicos.
GT 03 - Religião e debates contemporâneos
Coordenação:
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Luiz Eduardo de Souza Pinto (doutor em Sociologia pela UFMG; professor da Unimontes)
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Gustavo Martins do Carmo Miranda (doutor em Sociologia pela UFMG)
Resumo:
Na contemporaneidade os fenômenos religiosos se mostram provocadores ao campo das Ciências Sociais. As religiões apresentam resistência frente à modernidade e suas manifestações têm sido analisadas por sociólogos, antropólogos e cientistas políticos. À luz dessas áreas do conhecimento científico percebe-se que a sociedade vem produzindo formas religiosas cuja incidência gera impactos nos diversos campos da sociedade. Este GT objetiva tratar a religião, as novas formas de espiritualidades e os diversos tipos de religiosidades como um eixo aglutinador de debates nos variados estudos das ciências sociais, considerando os elementos religiosos como eixos para a compreensão de ocorrências sociais da atualidade. A religião opera como um componente de socialização, está nos espaços públicos, apresenta influxos nas relações humanas, influencia nas trajetórias dos sujeitos e os múltiplos tipos de espiritualidades e religiosidades estão presentes em contextos culturais, sociais e políticos, desta forma, o GT se caracteriza por uma abordagem pluralista da relação entre a religião e as variadas temáticas contemporâneas, considerando-se os diferentes meios de reflexão a fim de fomentar um diálogo entre distintas perspectivas teóricas e metodológicas das Ciências Sociais.
Coordenação:
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Daniel Bergue Pinheiro Conceição (doutorando em Desenvolvimento Social pelo PPGDS/Unimontes)
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Paulline Ribeiro Barros (doutoranda em Desenvolvimento Social pelo PPGDS/Unimontes)
Resumo:
Emicida (2019) rimou que “tudo que nós tem é nós”. Dito isto, o objetivo deste grupo de trabalho é o compartilhamento de conteúdos teóricos, experiências, vivências, performances, saberes, memórias e trajetórias de negros\as na sociedade brasileira. Nessa direção, sabemos que historicamente os movimentos negros\as tem lutado e resistido a todas as formas de opressão para ocupar os mais variados espaços sociais e de poder (MUNANGA, 2016). Por esse motivo concordamos com Kilomba (2019) que escrever é uma ação política, é um ato de descolonização no qual a pessoa que escreve luta contra as posições e opressões coloniais tornando-se aquele que fala, ou seja, o\a escritor\a “validado\a e legitimado\a” saindo assim da posição de outridade. Em síntese, é essencial tornarmo-nos sujeitos e falar em nosso próprio nome. É preciso sair da posição de objeto para sujeito (KILOMBA, 2019 p. 28-29). À luz disso, buscamos problematizar, refletir e discutir sobre as desigualdades raciais, o racismo, preconceito racial e de gênero que recai majoritariamente sobre a população negra, corroboramos que é indispensável conjurar contra a colonialidade do poder e saber que subalterniza os corpos, as demandas e epistemologias dos\as agentes sociais negros\as. Para isso vislumbramos deslocar os saberes ditos universais. Assim sendo, serão aceitos neste GT pesquisas e trabalhos que dialoguem com: Lei Federal 10.639/2003; Lei Federal 11.645/2008; Lei Federal 12.711/2012, Ações Afirmativas; Acesso e permanência na Universidade, Escrevivênciais; Cotas Raciais; Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana; Movimentos Negros e de Mulheres Negras; Questões e Relações Raciais no Brasil; Interseccionalidades; Sociologia das Relações Raciais e Trajetória e Juventude Negra.
GT 05 - Cidade, comunicação e culturas urbanas
Coordenação:
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Gustavo Souza Santos (doutor em Desenvolvimento Social pelo PPGDS/Unimontes; professor do Centro Universitário FIPMoc)
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Mariana Fernandes Teixeira (doutoranda em Desenvolvimento Social pelo PPGDS/Unimontes; professora do Centro Universitário FIPMoc)
Resumo:
A cidade é objeto de anelo das ciências, da política e do imaginário humano no decurso dos séculos. Polissêmica, mitográfica e impermanente, a cidade é uma constelação de vivências e aspirações, de modo que sua apreensão não se circunscreve a políticas urbanas pautadas na materialidade urbanística e apartada das operações da sociabilidade e do cotidiano de seus sujeitos. Uma política urbana genuína há de considerar os exercícios triviais do espaço e das tessituras do desejo, elementos constitutivos dos saberes e operações do que se concebe como cidade. No entanto, essa cosmologia da vida urbana costuma perder seu lastro em sua própria potência: o sujeito. A atomização do cotidiano pela produção capitalista do espaço faz com que tais valores se percam, diluam ou se neutralizem nos sujeitos da/na cidade. Faz-se necessário resgatar sua essência reivindicando que sua produção seja uma obra centrada nos sujeitos e deles emane. Por outro lado, práticas e processos de comunicação tocam o lastro de produção do espaço urbano e produzem flexões e reflexos indisciplinares, inovadores e instigantes de pensar a produção do espaço, dos sujeitos e da realidade. O objeto comunicacional aciona textualidades, mídias, sensibilidades, imagens e dispositivos múltiplos para criar teias de sentidos entre a representação e a mediação do real, promovendo novos modus operandi e vivendi. A proposta deste grupo de trabalho é debater as complexidades da produção da cidade em seus sujeitos e microescalas, bem como produções midiáticas que cercam o cotidiano e compõem uma tela de devires para se pensar o sujeito e social no tempo e no espaço. Acolhem-se aqui pesquisas parciais ou finalizadas que se aproximem da produção do espaço urbano, dinâmicas do espaço construído e habitado, práticas socioespaciais, culturas urbanas; bem como cenas midiáticas, estéticas, publicidade, consumo, cultura pop, redes digitais e práticas comunicacionais na produção do cotidiano e das subjetividades.
GT 06 - Políticas públicas
Coordenação:
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Luiz Claudio de Almeida Teodoro (doutor em Ciências Sociais pela PUC-MG; professor do CEFET-MG)
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Janikelle Bessa Oliveira (doutoranda em Ciência Política pela UnB; professora da Unimontes)
Resumo:
A desigualdade social é um processo existente dentro das relações da sociedade capitalista. Faz parte das relações sociais, pois determina um lugar aos desiguais, seja por questões econômicas, de . Essa forma de desigualdade prejudica e limita o status social dessas pessoas, além de seu acesso a direitos básicos, como: educação e saúde de qualidade, direito à propriedade, direito ao trabalho, direito à moradia, ter boas condições de transporte e locomoção, entre outros. Apesar da complexidade de se tratar a questão da exclusão social é possível construir uma sociedade inclusiva. Em linhas gerais, a inclusividade como horizonte propõe uma sociedade onde as pessoas, todas elas cidadãs e cidadãos de pleno direito, possam ter acesso a aqueles mecanismos de desenvolvimento humano e inserção em redes sociais que lhes permitam desenvolver seus projetos vitais em condição de máxima liberdade e igualdade, na ausência de relações sociais de dominação, em um contexto gerador de autonomia e de reconhecimento da diversidade. Neste contexto, que as políticas se consolidam como mecanismo da ação estatal buscando minimizar as desigualdades sociais geradas pelo mercado capitalista. As políticas públicas é uma vertente recente na Ciência política, porém vem se consolidando cada vez mais no ambiente acadêmico, na gestão governamental e nos processos de institucionalização da participação nos processos democráticos. Enquanto um campo de estudo multidisciplinar, o objetivo deste Grupo de Trabalho é discutir trabalhos que apresentem análises teóricas sobre políticas públicas, seus tipos, suas características, seu ciclo, além de debates sobre estudos de casos que impactam de alguma forma na sociedade.
GT 07 - Pensamento social no Brasil
Coordenação:
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Antônio Dimas Cardoso (doutor em Sociologia pela UnB; professor da Unimontes)
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Laurindo Mekie Pereira (doutor em História Econômica pela USP; professor da Unimontes)
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Lucas Tibo Saraiva (mestre em Desenvolvimento Social pelo PPGDS/Unimontes; professor do IFMT – Campus Juína).
Resumo:
A proposta de Grupo de Trabalho intitulado “Pensamento Social no Brasil” tem por escopo dialogar sobre um conjunto variado de teorias e paradigmas que visaram e visam compreender a formação do Brasil sob perspectivas múltiplas, seja do ponto de vista histórico, cultural, político, artístico, dentre outros. Trata-se de campo de investigação que aciona desde autores “pré-científicos” até abordagens clássicas situadas na década de 1930, época de início da institucionalização das ciências sociais no Brasil. Reflexões concernentes aos processos de modernização e produção das desigualdades (de classe, raça e gênero); construção da identidade nacional em conexão com a ideia de América Latina; produção e circulação de ideias atreladas a determinados autores e instituições; relação entre o público e o privado; estado e sociedade civil, além de dilemas contemporâneos como a (des)legitimação da democracia como regime político são exemplos de eixos de discussão dentro do referido tema. Um grupo de trabalho dessa natureza justifica-se pela sua relação direta com a área das ciências sociais nas suas três vertentes principais (sociologia, antropologia e ciência política), além da área de História, sendo discussão já consolidada nos principais eventos da área na forma também de grupos de trabalho, como nos encontros da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (ANPOCS) e da Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS).
GT 08 - Desafios e perspectivas para a migração no Brasil
Coordenação:
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Raíssa Maria Londero (doutora em Ciências para a Integração Latino-Americana pela USP)
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Carla Herminia Mustafa Barbosa Ferreira (mestre profissional em Governança Global e Formulação de Políticas Internacionais pela PUC/SP; coordenadora do Programa Espaço Migrantes de atendimento à população migrante e refugiada no Centro de Direitos Humanos e Cidadania do Imigrante)
Resumo:
Com os atuais acontecimentos que tem se desencadeado pelo mundo, decorrentes do processo de globalização, nos últimos anos o Brasil tem recebido novos fluxos migratórios com características que diferem muito das migrações recepcionadas no período correspondente do século XVII ao século XXI. No curso dos séculos, embora o contingente de imigrantes para o Brasil tenha tido a característica de colaborar na construção das sociedades modernas, instalando-se nos novos espaços territoriais através de seu trabalho, de sua cultura, com suas famílias, etc.; muitos deles foram vítimas de violências como o racismo, o preconceito e a exclusão social. Assim, apesar de estarmos diante de um novo período migratório global com a interferência de diferentes fenômenos causadores das migrações e dos deslocamentos forçados, consideramos fundamental a reflexão e problematização sobre a inserção social dos novos migrantes para o Brasil enquanto possíveis sujeitos de direitos e produtores de cultura. Assim, o presente GT receberá contribuições de trabalhos na área das ciências sociais e jurídicas sobre o tema, acolhendo pesquisas diversas e interdisciplinares e que sejam convergentes quanto ao rigor investigativo no trato do objeto. São bem-vindas pesquisas que abordem temas como desigualdades sociais e de gênero, violência xenofobia, estratificação social, deslocamentos, inserção laboral, discriminação, políticas migratórias, implementação e impactos dos movimentos migratórios nas sociedades nacionais etc. E, que contribuam para o aprimoramento das políticas públicas para esta população.
GT 09 - Esporte e lazer nas Ciências Sociais: temas, perspectivas e desafios
Coordenação:
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Georgino Jorge de Souza Neto (doutor em Estudos do Lazer pela UFMG; professor da Unimontes)
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Enrico Spaggiari (doutor em Antropologia Social pela USP; pesquisador do Núcleo de Antropologia Urbana da USP e do Instituto Ludopédio)
Resumo:
É possível mapear e destacar uma crescente produção acadêmica (dissertações, teses, monografias, artigos, livros) sobre Esporte e Lazer que tem se consolidado e diversificado, desvelando um conjunto multifacetado de temas, questões e abordagens teórico-metodológicas. Afinal, são duas dimensões privilegiadas para compreender os múltiplos significados de dinâmicas mais amplas que entrelaçam, de forma transversal e interseccional, diversas esferas da vida social: política, educação, cultura, economia, religião, gênero, raça, etnicidade, violência, mídias (novas e tradicionais) etc. A proposta deste grupo de trabalho é criar um espaço de interlocução acadêmica para fomentar trocas e diálogos entre estudantes, pesquisadores e pesquisadoras em qualquer estágio de formação que têm se dedicado a compreender, a partir das Ciências Sociais e disciplinas convergentes (História, Educação Física, Geografia, Arquitetura, Educação etc.), práticas, corporeidades e saberes em diferentes regiões e contextos. A ampliação dos referenciais e abordagens, tanto teóricas como metodológicas, tem permitido oxigenar o debate ao explorar a pluralidade de pontos de vista relacionados aos esportes e lazeres. Aprofundar, refinar e visibilizar pesquisas sobre saberes, experiências e conflitos que permeiam as práticas e fenômenos ligados ao universo do Esporte e Lazer é fundamental para alimentar a formulação de políticas públicas e, assim, problematizar as estruturas e processos de construção do poder em um cenário globalizado marcado por diferentes formas de autoritarismo, preconceito e retrocessos no respeito a direitos básicos (humanos, políticos e sociais).
GT 10 - Perspectiva decolonial de dentro para fora e de fora para dentro: da crítica à hegemonia universalista à crítica endógena (CANCELADO)
Coordenação:
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Jair da Costa Junior (doutorando em Sociologia pela UFMG)
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Bruna D´Carlo Rodrigues de Oliveira Ribeiro (doutoranda em Estudos Interdisciplinares de Lazer pela UFMG)
Resumo:
A fixidez da conjuntura colonial e suas estratégias discursivas nos apresentam uma realidade incômoda, já anunciada por Homi K. Bhabha (2005), que observa narrativas moldadas pela força das inter-relações sociais que comportam no seu interior elementos de coesão, resistência, consonância e dissonância. Contextualizando os fatores que incidiram sobre a negação dos conhecimentos produzidos pelos povos subalternizados, colocando em evidência as estruturas de poder que legitimam o lugar de marginalizados como “Outro”, podemos vislumbrar narrativas numa perspectiva decolonial. Segundo a teoria decolonial, a modernidade representa o marco histórico de inflexão e intervenção na história, ordenando um sistema-mundo a partir de concepções humanas sócio- ontológicas, dando início à construção de uma hegemonia espistêmico-cultural como matriz de dominação. O projeto decolonial, portanto, tensiona uma robusta e ampla crítica, por perpassar os mais íntimos recônditos do mundo e das áreas do saber, com a finalidade de reverter tal quadro de dominação levando a cabo uma verdadeira “guerra” epistêmica. É necessário buscar compreender como as conquistas acumuladas nos últimos anos por organizações e movimentos sociais que atuam nesta perspectiva propiciaram discussões nos currículos prescritos que valorizam e legitimam suas lutas e sua produção. Nesta linha, a intenção deste GT é receber propostas que contribuam para o adensamento das críticas à hegemonia ocidental, e, sobretudo, ampliar a crítica decolonial para um olhar desde dentro, e para o interior do próprio projeto decolonial. São bem-vindos trabalhos que dialogam com as ciências sociais, sociologia, educação e pesquisas interdisciplinares que tenham foco na decolonização dos currículos e modos de fazer ciência, contribuindo, assim, conforme incitara Guerreiro Ramos (1995: 53), para “provocar a polêmica, pois por meio dela é possível liquidar as moedas falsas que ainda circulam entre nós, com o seu valor discutível”.
GT 11 - Conflitos ambientais, vulnerabilização e desastres: violências e resistências nas zonas de sacrifícios (CANCELADO)
Coordenação:
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Maryellen Milena de Lima (mestre em Sociedade, Ambiente e Território pela UFMG/Unimontes; pesquisadora do GESTA/UFMG)
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Pedro Henrique Dias Marques (mestre em Ciências Ambientais pela UFSB; coordenador de campo no Núcleo de Assessoria às Comunidades Atingidas por Barragens)
Resumo:
A proposta do GT é reunir estudos sobre conflitos ambientais e desastres face às violências e resistências nas zonas de sacrifícios, debatendo os processos que vulnerabilizam sujeitos sociais historicamente expostos a riscos desencadeados pela economia neodesenvolvimentista. Com o intuito de fomentar o crescimento econômico, regulado pelos mercados mundiais, projetos desenvolvimentistas se materializam nos territórios sociais, promovendo disputas assimétricas entre populações locais e grandes corporações pelas diferentes formas de usos e apropriação do ambiente. Sob a práxis do Estado, marcos legais são recorrentemente flexibilizados e retrocessos institucionais expõem grupos sociais às diversas formas de riscos e às situações de desastres. Compreender os processos que vulnerabilizam os sujeitos presentes nas zonas de sacrifícios e as lutas territoriais e por direitos, é fundamental para as reflexões sobre os desafios de construção de uma sociedade democrática. Com efeito, três eixos serão centrais no diálogo com os diferentes trabalhos: conflitos ambientais e territorialidades, o que inclui processos de mobilização e resistência, além das disputas em torno dos processos de resolução negociada de conflitos e desastres; retrocessos institucionais e seus efeitos e as contribuições teóricas e metodológicas das Ciências Sociais para a análise dos conflitos ambientais e desastres.
GT 12 - Que corpos estão à margem? Os excluídos da vida social em perspectiva interseccional
Coordenação:
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Paulo Thiago Carvalho Soares Ribeiro (doutorando em Sociologia pela UnB)
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Marcelo Brito (doutorando em Desenvolvimento Social pelo PPGDS/Unimontes; professor da Unimontes)
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Heidy Cristina Boaventura Siqueira (doutoranda em Desenvolvimento Social pelo PPGDS/Unimontes)
Resumo:
O presente Grupo de Trabalho tem como objetivo problematizar sobre como marcadores sociais da diferença: raça, sexualidade, gênero e classe; ocasionam a exclusão de determinados sujeitos e quando interseccionados potencializam processos de marginalização, devido a existência de barreiras sociais que excluem determinados sujeitos da vida social cotidiana. Tais exclusões se manifestam, seja na relegação de mulheres trans e travestis para a informalidade, seja pelo diminuto acesso de pessoas negras à docência universitária (espaço de poder), seja na exclusão desses corpos do espaço urbano. Para refletir acerca desses pontos, é importante levar em conta a interseccionalidade enquanto teoria social crítica de análise, conforme Patrícia Hill Collins (2022), além da concepção de Henri Lefebvre (2001) e Foucault (2013), de como o espaço normatizado, projetado, abstrato, é pensado para permitir a reprodução das relações de produção próprias do capitalismo em uma perspectiva de gênero, impondo aos corpos uma forma de ocupar os espaços. A cidade é pensada para enquadrar os corpos de tal forma que eles jamais possam sair desse enquadramento. Não existiriam com isso espaços outros, corpos outros; todos seriam regulados pelas mesmas regras, sem qualquer subversão. Apesar das barreiras apresentadas, os corpos marginalizados são capazes de resistir ao enquadramento e de agir de outro modo, de se movimentar em outra direção, de criar outros espaços de circulação, espaços não projetados, espaços heterotópicos que resistem e subvertem o processo. Logo esse GT também busca discutir a resistência perante as barreiras erigidas. O significado de corpo nessa proposta aponta para um espaço de luta, de disputa de sentidos entre os sujeitos e de embate de diferentes relações de poder que atravessam os indivíduos, seus marcadores e suas vivências, sob a ótica interseccional.
GT 13 - Representação política, participação e democracia: impasses contemporâneos
Coordenação:
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Anne Karoline Rodrigues Vieira (doutoranda em Ciência Política pela UnB)
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Ana Carolina Vaz da Silva (doutoranda em Ciência Política pela UnB)
Resumo:
O GT Representação Política e Democracia: Impasses Contemporâneos busca promover o debate de conceitos e evidências empíricas referentes à representação e à participação política nas democracias contemporâneas, abordando variados temas como: crise da representação, sub-representação nos espaços de decisão política, combinação entre participação e representação da sociedade civil, relação entre atores e instituições estatais de representação ou participação, assim como outros que resgatem horizontes e perspectivas que discutam o tema em sua diversidade teórica e metodológica. Mesmo sendo campos de estudos já consagrados, novos desafios vêm sendo colocados, com transformações percebidas nos comportamentos de atores e instituições democráticas e, com isso, os temas abarcados por esse GT não se esgotam. Com as diferentes formas de ação política, ao mesmo tempo que as organizações, movimentos e instituições observam a autodeclarada crise do modelo eleitoral de democracia, mudanças que vem apontado para mais oportunidades em que indivíduos ou grupos organizam ações coletivas ou se propõem como representantes em espaços de decisão. Em conjunto, a entrada de novas e novos sujeitos na arena política demandou a ampliação de direitos que devem ser reconhecidos, evidenciando e questionando as diversas desigualdades reproduzidas pelas instituições formais do sistema político. Os trabalhos submetidos podem pautar-se pela utilização de variáveis sociais e políticas, objetivando o aprofundamento sobre os fenômenos e processos da representação e da participação política. Em relação à abrangência do objeto de estudo, serão acolhidas análises sobre diferentes níveis federativos (nacionais e subnacionais) e internacionais, A diversidade metodológica também é esperada (com análises comparadas e/ou estudos de caso, por exemplo), privilegiando uma diversificação das abordagens analíticas e trabalhos que vinculem as três áreas das Ciências Sociais.
GT 14 - Sociologia da Juventude: perspectivas teóricas e empíricas
Coordenação:
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Raíssa Cota Pales (doutora em Ciências Sociais pela UFJF; professora da Unimontes)
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Silvia Gomes Rodrigues (mestre em Desenvolvimento Social pelo PPGDS/Unimontes)
Resumo:
O GT tem como objetivo reunir estudos teórico-metodológicos e pesquisas empíricas dedicados a discutir a juventude sob suas diferentes perspectivas: mercado de trabalho, religiosidade, cultura, gênero, sexualidade, lazer, educação, participação política, vulnerabilidades, mídias, criminalidade e políticas públicas. O interesse público com relação aos problemas associados à juventude é crescente. Certamente, tais preocupações relacionam-se a questões demográficas, socioeconômicas e aos marcadores sociais desse segmento. Nesse sentido, um ponto crucial neste debate são as políticas públicas desenhadas e implementadas para essa população; portanto, esperam-se produções científicas que contemplem discussões sobre políticas públicas voltadas para a juventude nas diversas áreas. Por fim, este GT almeja acolher trabalhos, no que se refere à juventude, que fortaleça o diálogo da Sociologia com outros campos e saberes.
GT 15 - Direito à cidade, políticas urbanas e direitos sociais: desafios e perspectivas
Coordenação:
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Isabela Veloso Lopes Versiani (doutora em Desenvolvimento Social pelo PPGDS/Unimontes; professora da Unimontes)
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Priscila Dias Alkimim (mestre em Desenvolvimento Social pelo PPGDS/Unimontes; pesquisadora do Núcleo Citadino/Unimontes)
Resumo:
No contexto contemporâneo, surgem desafios significativos relacionados ao Direito à Cidade, às políticas urbanas e aos direitos sociais, que demandam a consolidação de uma sociedade democrática. Temas como acesso à moradia digna, mobilidade, participação cidadã, meio ambiente sustentável, combate às desigualdades e afirmação da diversidade são algumas das questões que desafiam a construção de uma sociedade urbana mais justa e inclusiva no meio urbano. A perspectiva do Direito à Cidade tem se tornado central na luta pela garantia de direitos e na implementação de políticas urbanas, além de se colocar como potência para a transformação do cotidiano a partir da constituição de bases de ação política mais participativas, que convergem para ampliação de uma cidadania urbana ativa. Para alcançar a plena concretização do Direito à Cidade, é fundamental considerar os diferentes tensionamentos e disputas na produção do espaço e na reprodução social no urbano. Esses conflitos revelam interesses divergentes e abordagens distintas, envolvendo agentes do setor privado, do poder público, da sociedade civil, dos movimentos sociais e dos próprios cidadão sem geral. Diante desses desafios, o Grupo de Trabalho tem como propósito promover a discussão e análise das problemáticas urbanas e violações do Direito à Cidade no contexto brasileiro e regional, bem como apontar possibilidades quando se evidencia sua potência para uma sociedade urbana, de fato, democrática. Busca-se refletir sobre os diversos conflitos urbanos emergentes e explorar diferentes caminhos para a transformação das cidades, pautados pela justiça social, inclusão, participação cidadã e sustentabilidade. O Grupo de Trabalho acolhe pesquisas, concluídas ou em andamento, estudos de caso, análises teóricas, relatos de experiências fundamentadas no Direito à Cidade, tanto para efetivação de direitos sociais e redução das múltiplas desigualdades urbanas, quanto de novas perspectivas para sua reafirmação no debate urbano.
GT 16 - Direitos da cultura e da natureza
Coordenação:
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Andrea Jakubaszko (mestre em Ciências Sociais/Antropologia pela PUC SP; professora da Unimontes)
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Rafael Soares Duarte de Moura (doutor em Direito pela UnB; professor da Unimontes)
Resumo:
A partir de interfaces entre a Antropologia e o Direito em convergência aos contextos da sociobiodiversidade, este GT convida estudantes/pesquisadores(as) de diversas áreas, visando promover reflexões e diálogos interdisciplinares que abordam esferas de violação de direitos, conflitos, bem como avanços e retrocessos relativos aos Direitos Humanos, Culturais e Ambientais que incidem em distintos territórios, impactando as vivências da diversidade de povos, comunidades e associações tanto no espaço rural quanto urbano e suas interconexões. Através da discussão de estudos e pesquisas interessadas na investigação dessas relações por meio de campos etnográficos, jurídicos, políticos, ecológicos, epistemológicos e outros, o objetivo é conhecer experiências, problematizar e situar reflexões acerca das diferentes situações de conflitos sociais, ambientais, políticos e jurídicos vinculados às dimensões do racismo ambiental, da justiça ecológica e climática, direitos da natureza, ecologia política e temas afins.
GT 17 - A democracia brasileira: crises, disputas e reconstrução
Coordenação:
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Maria Alice S. Ferreira (doutora em Ciência Política pela UFMG; professora da Unimontes)
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Idalécia Soares Correa (mestre em Ciência Política pela UFMG, professora da Unimontes)
Resumo:
A construção da democracia brasileira é um processo contínuo, que atravessa desafios e disputas entre atores individuais e coletivos. A crise política vivida no Brasil nos últimos anos, por exemplo, trouxe uma série de questionamentos para se pensar a democracia no país. Fenômenos recentes como a ascensão de movimentos conservadores, a chegada da extrema direita ao poder e uma sociedade polarizada são alguns dos fatores importantes para se tentar entender o contexto político brasileiro. Além do mais, a intensa e acirrada eleição presidencial de 2022 e a retomada de um governo de esquerda ao poder evidenciam também a disputa em torno de um projeto político de sociedade. O grupo de trabalho “Democracia brasileira: crises, disputas e reconstrução" busca discutir, de forma ampla, os principais temas relacionados aos fenômenos e acontecimentos da política brasileira nas suas diferentes formas, buscando contribuir com questões e análises para se pensar a democracia brasileira, seus problemas e os possíveis caminhos para a consolidação democrática. Serão bem-vindos trabalhos que discutem temas relacionados a hábitos e valores democráticos, comportamento político, representação política, polarização, instituições políticas, uso das redes sociais digitais, desinformação, eleições, campanhas eleitorais entre outros assuntos.
GT 18 - Desigualdades étnico-raciais: cidadania e direitos sociais no Brasil
Coordenação:
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Maria Railma Alves (doutora em Ciências Sociais pela UERJ; professora da Unimontes)
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Sheyla Borges Martins (doutoranda em Desenvolvimento Social pelo PPGDS/Unimontes; professora da Unimontes)
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Leandro Luciano Silva Ravnjak (doutor em Educação pela UFMG; professor da Unimontes)
Resumo:
O Grupo de Trabalho tem como principal ênfase debater sobre alguns aspectos envolvendo o estudo da Sociologia das Relações Raciais a partir das análises categoriais em torno das desigualdades contemporâneas e suas repercussões nos processos das discriminações étnico-raciais, especialmente, os impasses na construção, fortalecimento da Legislação antidiscriminação e da cidadania no Brasil. Assim sendo, pesquisas envolvendo a centralidade da raça, racismo, violência/criminalidade, discriminação racial, injúria racial na produção do conhecimento dos principais fenômenos macrossociológicos serão refletidas e examinadas. Neste contexto, temas envolvendo as discriminações, preconceitos e estigmas experimentados pelos sujeitos na trajetória de formação escolar e acadêmica que têm se constituído em novos arranjos para a manutenção e multiplicação das desigualdades educacionais e raciais também serão focalizadas e debatidas. É relevante destacar ainda: o exame e o alcance das construções decoloniais e suas repercussões na contemporaneidade é outro ponto que será contemplado . Além disso, a produção teórica das intelectuais negras e dos intelectuais negros e de contribuições das ativistas negras e ativistas negros ganharão relevo na estruturação do Grupo em tela.
GT 19 - Sociedade, ambiente e território
Coordenação:
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Erick José de Paula Simão (mestre em Sociedade, Ambiente e Território pela UFMG/Unimontes)
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Jessica Santana Silveira Dias (mestre em Sociedade, Ambiente e Território pela UFMG/Unimontes)
Resumo:
O presente Grupo de Trabalho tem como objetivo debater as interações entre a sociedade, o ambiente e território no contexto brasileiro, identificando os processos sociais, ambientais e espaciais em suas interfaces com o desenvolvimento, as políticas públicas, os movimentos sociais e dinâmicas demográficas. A partir das relações entre as sociedades e os recursos naturais, dadas pela interação dos grupos humanos com os ambientes naturais e construídos nas suas diversas situações, é importante compreender as dinâmicas históricas de uso e distribuição de recursos naturais identificando as relações culturais e costumes associados aos ativismos sociais, povos e comunidades tradicionais e transformações induzidas nessas relações. Neste contexto, busca-se instigar a discussão acerca dos desafios que envolvem o acesso aos recursos, bem como a terra e à água, que se intensificam em decorrência de mudanças climáticas e expropriação de bens naturais, gerando conflitos, recaindo principalmente sobre populações e povos tradicionais que são mantenedores de alimentos seguros e saudáveis para sociedades. Logo, essa proposta de grupo de trabalho busca abordar as principais dimensões relacionadas à sociedade, ambiente e território no Brasil, com interface à sistemas agroalimentares e conflitos ambientais, promovendo um debate amplo e multidisciplinar para enfrentar os desafios e fomentar possíveis soluções sustentáveis, equitativas e a promoção de políticas públicas inteligentes e eficazes.
GT 20 - Gênero e diversidade nas instituições policiais
Coordenação:
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Welberte Ferreira de Araújo (doutor em Desenvolvimento Social pelo PPGDS/Unimontes; professor do Centro Universitário Funorte)
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Francisco Malta de Oliveira (doutor em Desenvolvimento Social pelo PPGDS/Unimontes; Academia da Polícia Militar de Minas Gerais)
Resumo:
As instituições policiais (polícias, as guardas civis, bombeiros militares, etc) são espaços que historicamente foram definidos como hegemonicamente masculinos e cujas representações sócias de seus agentes pautados por ideais de masculinidade. Destarte, a análise da temática de gênero no contexto das instituições policiais torna-se particularmente pertinente e oportuna em função de sua especificidade: um espaço que, historicamente, tem se configurado como um lócus predominantemente masculino, marcado pelo uso da força, que expressa o monopólio da violência legítima, no qual esta se coloca como um código operacional que perpassa as práticas daqueles que ali atuam. É nesse espaço que as mulheres se inserem e passam a compartilhar as rotinas de trabalho que suas próprias identidades laborais costumam associar ao uso da força física. Nesse sentido, a proliferação de categorias identitárias nesses espaços sociais e de poder tem alimentado debates sobre a inclusão de sujeitos e identidades historicamente excluídos dessas instituições. Nesta trajetória, a proposta deste GT é propor reflexões sobre a inclusão da diversidade de gênero nas instituições policiais, com recortes no tempo passado e na contemporaneidade. Um GT que propiciará um diálogo multidisciplinar sobre um espaço que tende a excluir a diversidade – o espaço do poder das armas. Um debate que suscita tensões e contradições nesses espaços institucionais definidos por um modelo e uma identidade apresentados como homogêneos, guiados por uma construção histórica que legitima valores tradicionais que identificam a masculinidade – força, coragem, honra.
GT 21 - Violência, crime e segurança pública no Brasil: apontamentos teóricos e metodológicos
Coordenação:
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Maria Ângela Figueiredo Braga (doutora em Sociologia e Política pela UFMG; professora da Unimontes)
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Geélison Ferreira da Silva (doutor em Ciência Política pela UFMG; professor da Unimontes)
Resumo:
Os diversos aspectos relacionados ao desvio, crime, controle social e segurança pública configuram-se como importantes desafios e preocupações acadêmicos e sociais no Brasil contemporâneo. Este Grupo de Trabalho se propõe a reunir e discutir produções teóricas e metodológicas sobre a violência e suas interfaces. O objetivo é abordar o fenômeno da criminalidade a partir do estudo das principais correntes sociológicas utilizadas para a sua explicação, dos indicadores de criminalidade e das políticas de Segurança Pública no Brasil. Estudos sobre as diferentes formas e manifestações da conflitualidade e da violência, taxas de criminalidade e ilegalismos, encarceramento e gestão da segurança nos níveis locais, estaduais e nacionais serão compartilhados e debatidos a partir de uma perspectiva interdisciplinar.
GT 22 - Sociologia da educação: pesquisa e ensino
Coordenação:
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Felipe Teixeira Martins (mestre em Ciências Sociais pela UNESP; professor da Unimontes)
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Nayara Alvim (doutoranda em Educação pela USP)
Resumo:
Este grupo de trabalho propõe um espaço para apresentação de pesquisas, discussões e de práticas sobre aspectos sociais e sociológicos da educação em suas diversas possibilidades. Em sentido amplo, o tema relaciona Sociologia e sociedade com educação e ensino. A problematização geral abrangente é: o que significa e para que serve a educação na sociedade, incluindo especialmente, mas não de modo exclusivo, as investigações e pesquisas que tratam dos aspectos democráticos da educação, seus potenciais, entraves e mesmo negações. Como a educação e o ensino se relacionam com a democracia? Como o ensino e a educação promovem ou atrapalham a vida democrática na sociedade? Como as diversas perspectivas (política, cultural, econômica, social, étnica, racial, de gênero e outras) da democracia lidam com a educação? Assim, este espaço quer acolher tanto 1. investigações e pesquisas mais acadêmicas, quanto 2. reflexões e relatos de experiências práticas de educadores e professores, sobre ensino de sociologia no ensino médio e na universidade, e também de metodologias que pretendem promover exercícios e vivências democratizantes. Ou seja, interessa discussões que privilegiam aspectos macro e micro das relações sociais que afetam direta ou indiretamente a educação e o ensino. Problematizações sobre: os ambientes e ambientações educacionais escolares ou não escolares; territórios educacionais; educação social, cidadã, política, marginal, comunitária, extra escolar; as relações professor-estudante, estudante-professor; autoridade, autoritarismo, rebeldia e ensino; relações entre os setores do sistema educacional, deste(s) com a sociedade e com segmentos sociais; educação e conflitos/contribuições sociais de segmentos da sociedade (família, trabalhadores, empresariado, religiões, classes sociais, etc); educação e instituições, políticas públicas, qualidade, deveres e direitos; educação, diversidade, desigualdades, fatores e condições econômicas e culturais de reprodução social.
GT 23 - Trabalho, Estado e marxismo
Coordenação:
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Wesley Helker Felício Silva (doutor em Serviço Social pela UFRJ; professor da Unimontes)
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Noêmia de Fátima Silva Lopes (mestra em Economia Doméstica pela UFV; professora da Unimontes)
Resumo:
A análise das relações sociais de trabalho na contemporaneidade, provoca o interesse de estudos sobre: Trabalho, Estado e Marxismo. Propomos além da exposição teórica das categorias analíticas legatárias da teoria social marxista e marxiana, o debate a partir de pesquisas dentro dessa tradição teórica que sejam capazes de apresentar mediações da realidade social que vivenciamos no tempo presente. Para Marx (2017), o trabalho é o fundamento ontológico do ser social e permite o desenvolvimento das mediações, que institui a diferenciabilidade desse ser em face de outros seres da natureza. O autor em sua genialidade, elabora estudos sobre a dinâmica da sociedade capitalista, afirma que trabalho é obra de cooperação entre os seres humanos e só se objetiva socialmente de modo determinado, respondendo a um conjunto de necessidades históricas e sociais, produzindo formas de interação. Todavia, no modo de produção capitalista as condições pelas quais o trabalho se realiza promove o processo de alienação e reificação própria da lógica de acumulação capitalista. Diante desse cenário, o Estado e suas instituições ainda garantem o privilégio do grande capital e, do mesmo modo, alimenta uma relação de disputa entre o público/privado, acirra os conflitos de classe, protege através das “contrarreformas” e da flexibilização de legislações, a centralização e acumulação dos lucros dos mais ricos, em detrimento da vida dos mais pobres. E é justamente nessa direção, que pretendemos que as análises orientadas pela abordagem marxista, possam permitir uma compreensão crítica das diversas desigualdades, produzidas e reproduzidas na sociedade em suas relações sociais de trabalho. Um antagonismo inerente ao modo de produção capitalista que, sob os limites impostos pela crise estrutural, avança na superexploração da força de trabalho, na espoliação dos direitos sociais, através da sucção dos recursos do fundo público, e na tendência catastrófica de destruição da natureza.
GT 24 - Multiplicidades subjetivas nos trabalhos com povos indígenas e tradicionais
Coordenação:
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Fabiano Oliveira Souto (doutorando em Antropologia pela UnB)
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Walison Vasconcelos Pascoal (doutor em Antropologia pela UFMG; professor do IFG Campus Cidade de Goiás)
Resumo:
Será que apenas dizer uma outra "história" a partir das pessoas viventes de um processo colonial dê conta de expressar visões de mundo que podem ser díspares? Ou seja, contar outra história contra uma história dominante não seria participar do sentido colonizador ocupando um espaço epistêmico predeterminado, o da objetividade? É com esta hipótese que convidamos os interessados a pensar como trabalhar a perspectiva subjetiva/objetiva ou outras compreensões. A proposta do GT é, por um lado, trazer experimentações que podem não ser tão acabadas etnograficamente, ou mesmo teóricas, e, por outro, como focar temas que convergem nas pesquisas sobre as populações tradicionais e indígenas e que sugerem uma expressividade análoga ao “contra Estado” clastreano. Um projeto econômico que falha na comunidade, uma escola que não funciona como a “escola da cidade”, uma pesquisa que se direciona a um objetivo e torna-se outra coisa a partir da criatividade do encontro etnográfico, entre tantos exemplos.
GT 25 - Povos e Comunidades Tradicionais: conflitos, migrações, resistências e direitos
Coordenação:
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Maria Cecília Cordeiro Pires (doutoranda em Desenvolvimento Social pelo PPGDS/Unimontes)
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Andréa Maria Narciso Rocha de Paula (doutora em Geografia pela UFU; professora da Unimontes)
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Angela Fagna Gomes de Souza (doutora em Geografia pela UFU; professora da UFU)
Resumo:
O Grupo de Trabalho pretende estimular reflexões teóricas e empíricas no campo dos estudos sobre Povos e Comunidades Tradicionais, tão atual e importante, visto que são populações que convivem com violências e violações múltiplas, como pudemos ver recentemente no dia 30 de maio de 2023, com a aprovação na Câmara dos Deputados, do projeto de lei sobre o marco temporal da ocupação de terras por povos indígenas (PL 490/07), que ao estabelecer uma data a partir de quando um determinado território pode ser ou não considerado terra indígena, ameaça os territórios e coloca em risco a sobrevivência desses povos. Na perspectiva das Ciências Sociais essas discussões são clássicas, com temáticas amplas e abordagens diversificadas e, nesse sentido, o Grupo de Trabalho busca fomentar o debate a partir dessas diferentes leituras, contemplando análises sobre: os desafios recentes impostos a essas comunidades que perpetuam racismos ambientais, ataques as diversidades, modos de vida e aumento de conflitos socioambientais; Os movimentos migratórios, deslocamentos compulsórios e distintas mobilidades realizadas, observando os agentes instigadores desses movimentos, como processos de grilagem de terras e projetos de desenvolvimento (estradas, barragens, monoculturas, obras de irrigação, entre outras); As resistências que as comunidades constroem e manifestam ao longo dos anos, nas lutas por seus direitos territoriais e de vida; Bem como, discussões que analisem os avanços e também os retrocessos dos direitos e políticas feitas para esses povos. Com isso, pretendemos ampliar o debate das vivências e das lutas dos Povos e Comunidades Tradicionais, com olhares da Sociologia, Antropologia e Política, demonstrando a necessidade de nos mantermos vigilantes num momento em que o debate público parece não avançar e as inseguranças desses sujeitos se tornam perpetuadas, o que pode nos fazer questionar se os Povos e Comunidades Tradicionais tem vez na democracia brasileira.
GT 26 - Saúde mental e cotidiano(s)
Coordenação:
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Luciney Sebastião da Silva (mestre em Estética e Filosofia da Arte pela UFOP; professor da Unimontes)
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Leni Maria Pereira Silva (doutora em Ciências Sociais pela UERJ; professora da Unimontes)
Resumo:
O Grupo de Trabalho (GT) Saúde Mental e Cotidiano(s) tem como objetivo discutir o tema da saúde mental e sua relação com as expressões do cotidiano, nas várias formas de constituição, manifestação e representação, em especial, refletir sobre as expressões que recaem e, de algum modo, comprometem a vida mental. Compreende-se que a saúde mental tem sido impactada pelos processos vividos nos vários âmbitos da vida cotidiana e podem acarretar sofrimentos e adoecimentos. Para Organização Mundial de Saúde (OMS), o conceito de saúde é bem mais abrangente que a simples ausência de doença, entendendo-se que saúde é um completo estado de bem-estar físico, mental e social e, dessa forma, merece atenção em todos as suas vertentes. Por cotidiano apreende-se, de Agnes Heller, sua definição de que a vida cotidiana é a vida de todo homem e do homem todo, na medida em que, nela, são postos em funcionamento todos os seus sentidos, as capacidades intelectuais e manipulativas, sentimentos e paixões, ideias e ideologias. Indaga-se o que causa comprometimento à saúde mental do indivíduo quando este está inserido na vida cotidiana? Quais as situações em que está exposto e o que poderá comprometer sua vida e bem-estar? Estes são questionamentos norteadores do GT, e que provoca os interessados a apresentar seus trabalhos, estudos e pesquisas. Considera-se para estudos deste GT que a atenção e a promoção da saúde mental sejam essenciais para que o indivíduo alcance estabilidade mental e sócioemocional, e que tenha a capacidade de executar suas habilidades pessoais e lhe assegure condições de interação social. Considera-se também que a falta desses cuidados essenciais à saúde mental pode incorrer em sofrimentos: psíquico e ético-político e, sobretudo em adoecimentos, causando prejuízos individuais e interpessoais. A discussão proposta para o GT destina-se aos profissionais, pesquisadores e acadêmicos das áreas da Saúde, Psicologia, Filosofia, Serviço Social, Educação, Direito e áreas afins.